domingo, outubro 21, 2007

A Mishelly está brincando

A Mishelly é negra. Ela não sabe. Ela tem 4 anos.

A Mishelly tem uma boneca. A boneca chama Jenifer. A Jenifer é negra. Ela não sabe.

A Mishelly veio visitar a prima. A prima sou eu. A prima podia ser negra. Ela não sabe.

A prima tem uma boneca. Essa boneca não tem nome. A sem-nome é loira e tem olhos azuis. Só a prima sabe.

A Mishelly brinca com a Jenifer e com a sem-nome. As três sorriem. Só a prima sabe.

- Mishelly, olha, ela tem o cabelo igual ao seu! - diz a tia apontando para a sem-nome e se referindo à forma como as duas, sem-nome e Mishelly, traziam o cabelo preso em "xuxinhas".

- Não tem não, tia! O meu é chocolate!

Sábia Mishelly.

O não-perguntado

"Você não vai escrever que mesmo não fazendo a pergunta, você conseguiu a resposta?"

Elementar, meu caro. A melhor das respostas.

Mas, sobretudo, é preciso dizer que não bastam as respostas e nem bastam as perguntas. E que nunca bastem! O mundo, principalmente o mundo de um jornalista, é movido por perguntas ainda não respondidas, não feitas e não formuladas até.

Que sempre existam perguntas não respondidas. Que sempre existam respostas não perguntadas. Do contrário, a vida não teria o mesmo (bom) sabor.

domingo, outubro 07, 2007

Se pensamento de repórter falasse...

-Hum... boa revelação... O que fazer?

"Continuar perguntando!", diz uma vozinha.

-Vozinha idiota... eu só consigo olhar pra baixo.