quinta-feira, janeiro 25, 2007

Sobre tudo e nada

Muito mal. Eu ando com uma vontade absurda de chorar não sei por quê... Já disse isso mil vezes, mas quero minha vida de volta!

No último texto disse que precisava de um telefone, falar com pessoas, enfim... Acho que era mentira! Eu nunca tive a coragem necessária pra ligar pra alguém e dizer tudo o que sinto, nunca tive o espírito necessário à construção de uma paixão arrebatadora (e não me entendam mal, eu não falo só de romances).

Que eu esteja ocupada e preocupada com a estupidez maior e para além da minha! Que me preocupe com as idiotices que sempre idiotamente pensei que fariam a diferença, com as babaquices dos outros e dos homens e de tudo! Que volte a ser uma imbecil atarefada e feliz!

A felicidade é estúpida! E eu adoro a estupidez. Viva a burrice! O existencialismo é o fosso dos desocupados tristes. Viva a burrice colossal dos que não sabem a inutilidade do que fazem! Viva sua igualmente colossal alegria!

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Cara nova, vida velha

A mudança na aparência do site é uma tentativa de fazer tudo parecer mais sério. Tentativa. Minha mãe disse que a flor que anteriormente me servia de ilustração era feia. "Alguma-coisa fedida" era o nome dela, da flor.

A cara muda. E o conteúdo? É o mesmo? Por enquanto, nem conteúdo tenho.

Perguntaram a um artista que não mais produzia a razão de parar. "O Brasil não tem assunto", disse. O que não tinha assunto era a vida dele. No momento, a minha não tem. Logo, sinto que nada por mim será produzido. Nada sairá desse teclado, nenhum comentário, nenhuma piada, nada. Não enquanto a vida não tiver assunto.

Tirei férias da minha vida. O que agente faz quando a vida está de férias? Vive a dos outros, talvez. Acho que é isso que eu tenho feito. Capitulei frente à TV e a internet.

"As midias são uma porta para o mundo", já disseram milhões de vezes. Que mundo? O da tela de cristal líquido, no máximo. Tirei férias da minha vida. Vivo uma que não é minha, ou que já foi minha (é fácil se desacostumar de uma vida dessas).

Cansada de conversar por emails. Cansada de ter que reclamar pra tela do pc.

Aliás, ontem tive uma vontade enorme de ligar pra alguém e passar um tempo no telefone. Falar amenidades e de como anda minha anti-vida. Não consegui pensar em ninguém. Triste. Descobri que não construi relações de telefone. Nenhuma ao longo do breve fôlego que ousei chamar vida.

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Sangrento

Alguns filmes sangram. Outros, não. Sim, filmes como "A Madrugada dos Mortos" definitivamente são sangrentos, mas não sangram.

Ruanda sangrou. E "Abril Sangrento" também. O filme é um relato bastante realístico dos acontecimentos de 1994, embora ainda imerso num "quê" de ficção que deixa tudo mais dramático, já que aproxima os espectadores da trama e do sangue.

Um massacre e uma pergunta: "dessa vez, quem são os bonzinhos?". É, no filme, um representante americano solta essa numa reunião dos cabeções da ONU. De fato, é matança de africano por africano. Apontaram e apontam-se milhões de responsáveis, mas esse é um assunto que me cansa. Até porque a África não chegou lá sozinha. E o que é pior: teve e terá que sair de lá sozinha.

Fiquei imaginando por que é que eu nunca saberia nada disso se não visse o filme e se não googleasse "Ruanda". Malditos colégios eurocentristas! Juvenal Habyarimana é tão impotante quanto Francisco Ferdinando (sobre quem também se diz pouco, é verdade). Bom, pelo menos a luta contra a absoluta falta de conhecimento tem o Google como aliado. Esperem! Eu disse "absoluta", porque ignorância (como a minha e sobre a África em geral) não se resolve em alguns cliques.