quarta-feira, agosto 30, 2006

Strip Search, um filme de sacanagem...

Agora que você já se empolgou e começou a ler, eu revelo: apesar do nome, o filme não é sobre esse tipo de sacanagem.

É sobre uma muito menos estimulante, muito mais vergonhosa, muito mais.

Stip Search trata de questões internacionais num espectro pessoal e chocante. Descobri o filme por acaso, zapeando sem mais nem menos. De fato, as melhores coisas aparecem quando menos se espera.

Trata-se da criativa exposição de dois mundos a princípio muito diferentes, mas que se revelam muito iguais. De um lado, a China de um regime fechado, certamente pós Mao, mas que não é bem especificado. Do outro, a Nova Iorque (New York, New York) eternamente efervescente e cosmopolita.

Na China, uma americana. Nos EUA, um árabe. Frente à acusações absolutamente despropositadas de ameaça às nações, eles são interrogados, humilhados, desmoralizados...enfim, o de sempre.

O mais surpreendente não é ver o sofrimento ou a agonia de ambos, isso é irrelevante num mundo onde o cinema pode contar com Almodovar e Van Dame. O surpreendente é assistir ao filme e passar o tempo todo com mais dó da americana que do árabe.

As situações vividas pelos dois são as mesmas. Os diálogos e pressões também. Então, por quê? Por que o inglês newoleansiano que sai da boca dela parece tão mais aceitável que os "erres" exagerados do moreno de cabelos semi crespos? Por quê?

Impossível saber. O fato é que o filme revela até ao maior dos democratas seus preconceitos intrínsecos. Extraordinário.

sábado, agosto 26, 2006

Acordei e sonho

Só agora eu percebo como tudo aquilo é menor...

Eu quero muito falar de outra coisa, e acho que falarei sem me fazer entender.

Eu ainda não gritei, mas vou em breve. Acho que eu nunca me senti assim...a angústia de um outro me incomoda tão profundamente como se fosse a minha, e em dobro. A vontade de que ele seja feliz é tão absurda que eu me faço de palhaça pra ele rir de mim. O prazer de vê-lo sorrindo é tão gigantesco que eu podia pintar uma "monalisa" dele.

Pensar assim me faz bem, e eu devo continuar a fazê-lo. Não dá pra ser mais explícita porque, como já disse, eu não tenho coragem.

obs. Dois posts em um dia e de raízes completamente diferentes, mas é que só agora eu acho que acordei!

Reciclando

A-ha! Visual novo!!! Um tanto quanto florido e purpurinado, mas certamente melhor do que um quadrado rosa...

E é com ares de novidade que eu venho tratar de um tema velho.

Acho que qualquer um se sente mal quando não tem uma posição sobre um assunto. Fica parecendo que é por preguiça, desinformação ou acomodação. E isso me incomodou, profundamente, por muito tempo.

Mas agora parece que a situação não é mais tão ruim. Quer dizer, ontem eu vi uma cerimônia de enterramento do curso de jornalismo (pra que não viu, sim, as pessoas vestiam preto, traziam velas e cavaram um buraco na terra) e, derrepente, não me soou mais tão estúpido o fato de eu não querer estar ali. Derrepente, eu tinha uma posição e ela era a de ir contra tudo aquilo.

Eu não tenho coragem. Se tivesse, estaria escrevendo isso num e-mail para as pessoas do enterro e não aqui. Mas o fato é que eu não vou mais me obrigar a me sentir mal por discordar dessas ações. Eu posso estar sendo precipitada, não conheço tão bem aquele lugar como aqueles a quem devo os pêsames, mas acho que até o não conhecimento pode gerar uma opinião e é provavelmente isso o que acontece comigo.

Isso não significa que eu, por isso, me ausento de discussões e vou viver, a partir de hoje, no cor-de-rosa mundo dos alienados. Eu quero saber mais e eu posso até mudar de idéia. Mas, por enquanto, me sinto melhor porque eu tenho, sim, para o que lutar, eu tenho o que desejar. É só que isso não envolve terra nas minhas unhas e nem lágrimas sobre um caixão de papelão.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Quem sou eu? Será que eu é que morri?

Bom, em meio às mil e uma reviravoltas da Semana de Contra Jornalismo, eu me ponho a ler os e-mails do grupo do CJE, povoado por aqueles que estão engajados no processo e certos de que o curso de jornalismo da ECA não é tão bom como deveria ou poderia ser.

E daí? Daí que eu me sinto um completo peixe fora d'agua nessa discussão. Me sinto estúpida por não ter sequer opinião formada sobre o tema e fico me culpando por isso. Qual é o problema? De quem é o problema? Provavelmente meu.

Nunca entendi tamanho engajamento político, apesar de sempre admirar aqueles que o tem. Qual é o problema? De quem é o problema? Provavelmente meu.

O pior de tudo é que se desenha uma briga e uma rachadura imensa entre os alunos desse curso, cada um parece achar uma palhaçada tudo aquilo que o outro acha palhaçada. Eu não quero usar esse espaço para criticar ninguém, muito pelo contrário. Quero só expressar o que eu sinto e penso, se é que eu sinto e penso alguma coisa sobre tudo isso.

Julguem-me moderada demais, julguem-me alienada, julguem-me até reacionária se quiserem. Pelo menos, assim, eu serei alguma coisa, terei uma posição a defender, um grupo a me juntar.

Qual é o problema? De quem é o problema? Provavelmente meu.

obs. acho difícil que eu consiga escrever alguma outra coisa aqui por essa semana, pelo menos. Se é pra falar de minhas opiniões, eu não consigo expressar mais nada sobre nenhum outro assunto no momento.

domingo, agosto 20, 2006

Uma casinha suburbana

Ontem eu idiotamente assistia a tv enquanto a globo exibia "Infidelidade". Filme bem repercutido, eu não preciso falar sobre ele. Preciso, sim, falar sobre uma dessas praguinhas de filme americano que sempre acabam infiltrando nosso subconsciente: a casinha no subúrbio.

No filme, uma das razões pelas quais a mulher bota chifres no Richard Gere é a sedução que o cidadão francês e cosmopolita exerce sobre ela, mãe que vive em casinha suburbana. Meu deus! Mas será o benedito! Todo filme americano vende a idéia da casinha e dos filhos e de família feliz!

E eu (idiotamente, já disse) me peguei pensando que pra quê ela trairia o Richard Gere e por que motivos ela preferiria um apartamento fedidinho na cidade a uma casa de dois andares e jardim no subúrbio. Foi daí que veio o click! Eu tô contaminada por toda a abobrinhada holliwoodiana - eu também sonho com uma casinha suburbana! Mesmo sabendo que isso, no Brasil seria absolutamente impensável.

Como toda mulher idiota, eu tenho sonhos sobre casar, ter uma casa dessas, com chaminé e uma portinha pro cachorro! Altíssima estupidez, considerando que além de brasileira, eu sou/serei jornalista...

Enfim, eu só queria dizer que, embora "amelizar" jamais tenha sido o meu ideal de vida, jamais mesmo, essa massa de subconsciente coletivo parece que atinge agente sem mais porquês! Inferno! Preciso me desligar de toda esse lixo e ler um livro, e que ele não seja O Diário de Bidget Jones!


obs: a-do-rei os meus primeirinhos 4 comentários! Eu quero adicionar o blog de vcs á lista mas eu num sei como, então aguardem o dia em que eu descobrir!!!

sábado, agosto 19, 2006

Começando! Mas pq?

Não faz sentido!
Eu já tive um blog antes e não deu certo! Porque eu quero um agora? Até parece que eu não tenho nada melhor pra fazer a não ser ficar jogando meu lixo pessoal numa tela pública.

No fundo a razão é essa: a tela é pública e por mais que ninguém leia, ta aí, pra qualquer um ver.

Élio Gaspari disse que somos o país das cabeças confusas (olha eu roubando a citação dos outros!) e eu digo que sou a pessoa da cabeça confusa. Daí, dividir toda essa confusão com o mundo parece absolutamente mais tentador do que descarregar tudo num monte de pequenos papéis soltos por uma gaveta e esconder da minha mãe. (Sim, eu faço isso e, não, eu não tenho 12 anos).

Por enquanto eu vou ficando por aqui. Quem sabe um dia, quando eu for a escritora narcisista e rabugenta que eu sempre me vi sendo, eu possa juntar todo esse lixo virtual num livro e ele possa virar um best seller.