sexta-feira, dezembro 29, 2006

Richarlyson acidenta-se e quebra um braço

O jogador do São Paulo F.C. sofreu, hoje, um acidente na rodovia Castelo Branco. Ele fraturou o braço esquerdo e se encontra agora no Hospital Regional de Osasco, de onde fala ao vivo o repórter Andersen Timento, Andersen.

ANDERSEN - No hospital aqui de Osasco, as informações são de que Richarlyson está bem e de que não haverão complicações. Segundo seu médico, ele poderá se recuperar em uma semana.

- Esperem! Ele está passando agora aqui na maca. Vamos tentar falar com o jogador.

- Richarlyson! Richarlyson!

RICHARLYSON - Ahnwnemmm. Eu!

AN- Richarlyson, como você está? Tá tudo bem?

RICH- Ahnwemmm. Ah, sim. Tô bem!

AN- Manda um alô pra torcida tricolor!

RICH- Ahnwnemmm. Alô!

AN- Tem muita gente aqui, ahn, é... Quando vc vai ficar bom, Richarlyson?

RICH- Eu tô bem, tô bem! Ahnwnemmm...

AN- Taí o Richarlyson, esse ídolo do futebol, o meia que vive de driblar os adversários e que parece ter driblado os perigos do acidente com a mesma categoria que no gramado.

"A dor da gente não sai no jornal".
Chico Buarque,
Notícia de Jornal

terça-feira, dezembro 12, 2006

Agora...

Premiação da Revista IstoÉ, aquela que aceita jabá e cobra para publicar denúncias. Ele, o convidado de honra, já foi o acusado principal. Luis Inácio Lula da Silva, o meu e vosso presidente, é homenageado e faz discurso inigualável.

Inigualável porque jamais (ou, como o apetece, "nunca na história desse país"), se ouvira tantos clichês e tamanhos absurdos saídos da boca de um chefe de Estado. Lula já disse e fez muita merda, mas nenhuma se compara.

"Se você não for esquerdista antes dos 18 e nem deixar de ser depois dos sessenta..." Incontável o numero de vezes que já ouvi essa asneira e suas variantes. Das mais diferentes bocas, é preciso dizer. Mas até então era fácil, bastava responder com "esse cara é mesmo um idiota", como o disse do Arnaldo Jabor, e pronto. Agora...

Dessa vez, entretanto, a merda é colossal e histórica. É agora oficial: Lula e a esquerda não mais cabem, exclua-se essa, na mesma frase. Poderia-se dizer até que nunca couberam, mas essa assertiva requer análises às quais não estou disposta.

Quando, em 90, Collor bradava que o voto nele era "o voto contra a baderna", "contra a bandeira vermelha", o argumento já era vazio. E agora?

Saíram hoje declarações de gente que ainda se afirma esquerdista diminuindo a fala de Lula. Plínio de Arruda Sampaio, Cristovam Buarque... Gente que quer mais aparecer, é verdade. O bom resquício da intelectualidade de esquerda, além de já andar sumido, calou-se. Marilena Chauí diz que não viu as declarações. Bom pra ela, assim ela pode continuar defendendo o espírito petista como se ele de fato existisse.

domingo, dezembro 10, 2006

Uma foto, algumas palavras


A primeira foto que eu coloco aqui. Talvez eu nem me acostume a publicá-las, mas essa pareceu especial.

Pra começar, eu sempre quis uma foto com a ECA ao fundo pra legendar com "neverland". Daí, o uso da tal legenda foi ficando muito popular em blogs e perfis de orkut ecanos e eu fui passada para trás. Até que hoje olhei pra essa e nem pude entender por que gostei tanto. Só sei que gostei.

Quem sabe foi o inusitado do momento somado ao ímpeto incessante de alguns de fazer pose. Quem sabe a nolstalgia dos cabelos carecas do início do início. Quem sabe a fachada rosada que recobre esta escola e que sempre encontra sua forma de parecer ensolarada mesmo nos dias em que usamos casacos.

Quem sabe?

A Foto da Capa
Chico Buarque1994

O retrato do artista quando moço
Não é promissora, cândida pintura
É a figura do larápio rastaqüera
Numa foto que não era para capa
Uma pose para câmera tão dura
Cujo foco toda lírica solapa

Era rala a luz naquele calabouço
Do talento a clarabóia se tampara
E o poeta que ele sempre se soubera
Claramente não mirava algum futuro
Via o tira da sinistra que rosnara
E o fotógrafo frontal batendo a chapa

É uma foto que não era para capa
Era a mera contracara, a face obscura
O retrato da paúra quando o cara
Se prepara para dar a cara a tapa

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Sampa

Cidade em que eu nasci e provavelmente de onde eu jamais sairei (a não ser pra ir até alguma praia fedida).

Triste constatação por mim astutamente feita há pouco. Sou dependente, tenho raízes num chão que nem mais reconheço como meu e isso, se não fosse tão esquisito, seria ainda mais triste.

Nunca tive a ambição louca de conhecer o mundo ou de me aventurar por cidades quaisquer. Agora penso que deveria ter tido. Quando você para pra pensar nas tarefas que têm a fazer e vê que elas estão se esvaindo sem ser repostas, tudo fica um tanto relativo.

A minha vida inteira se resume em estudar e jogar tempo fora. Os dois nunca em perfeito equilíbrio. Um sempre cede à outro: ou estudo mais e jogo menos tempo fora; ou estudo menos e... Bem, a íncrivel descoberta que aqui faço é que a segunda opção é, por mais incrível que pareça, mais dolorosa.

Quero sair! E, pelo amor de deus, não me convidem pra ir ao shopping!
Quero sair! E, pelo amor de deus, pra bem longe!
Quero sair! E fim.

terça-feira, dezembro 05, 2006

And it was all...

...yellow?

Não. Choveu pra burro. Céu escuro. Graças à Deus, porque mais de três horas de fila junto com sol não combinam.

Mas sabe o quê combina? Amigos, chuva sentimental, Coldplay, Coldplay, Coldplay...

Sim, eu vou. É fato que estava caro e provavelmente do lugar que eu estarei, mal verei as narinas do Chris. Mas que importa?

Como é feliz o momento de admirar seus ídolos de perto, por mais sem sentido racional que isso seja!

Viva! Perdi aula, corri, peguei ônibus, corri atrás de ônibus, andei, corri, cheguei à fila, sentei, levantei, esperei na fila, coloquei 10 pessoas pra furarem fila, esperei mais um pouco, procurei gays em potencial, ri, xinguei, sofri, paguei, ufa! Ingressos...

Até 28 de fevereiro me resta esperar e procurar o CD que perdi. Até 28 de fevereiro.