sexta-feira, maio 02, 2008

O determinismo, o náufrago e a ilha feliz

Descobrira que a felicidade e a liberdade eram atingíveis. E, mais que isso, eram tão fáceis. Se via desprendido, leve. Era como se tudo o que mais temera até agora na verdade não existisse. Uma vez liberto dos temores, isso bastou para que o supra-sumo das sensações tomasse conta de sua existência. Tão fácil! Tão fácil...

Hoje, entretanto, descobre que, quem sabe, não nasceu pra essa coisa de felicidade fácil. A terra de onde vem o náufrago o puxa de volta. Ele tem uma corrente. Uma âncora na terra que o fez. Aquela mesma terra que lhe ensinou os temores e onde ele aprendeu o medo, a insegurança, a hipocrisia e a culpa. Aquela mesma terra o puxa de volta.

Ele preferia continuar náufrago. Na ilha deserta ele não é solitário. Na terra que o criou, ele é.

A história não tem fim. Ele nasceu na tristeza. E, tomara deus, ele consegue fugir de casa antes dos 40.

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